TEIXEIRA, Anísio. O pensamento precursor de McLuhan. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos. Brasília, v.54, n.119, jul./set. 1970. p.242-248.

O Pensamento Precursor de McLuhan

Artur da Távola pede-me para fazer, também eu, glosas ao "pensamento de McLuhan". Não sei se há "o pensamento" de McLuhan, expressão que envolve, assim entre aspas, idéia de doutrina, de algo fixo, um "ponto de vista". É o oposto a tudo isso. Seu pensamento, se quisesse caracterizá-lo, diria que é o "pensamento suspenso" da ciência contemporânea, porque não é êle filósofo, mas estudioso, pesquisador, sociólogo, culturalista, dêle podendo nascer filósofos de que seria o precursor, a fonte descobridora. Possui, com efeito, uma das mentes mais originais e mais férteis do nosso tempo, escrevendo, porém, num estilo dos mais desconcertantes. É lido vastamente em todo o mundo, mas enfurece boa parte do pensamento convencional, e para alguns sua obra consiste de "livrinhos interessantes", como já se disse mesmo na imprensa brasileira. Êsse diminutivo e êsse "interessantes" são, entre nós, o extremo do desprêzo de nossa gaiata arrogância sul-americana.

Suas observações e suas "iluminações", para usar têrmo de Wiliam Blake, de seu gôsto, partem de algo muito antigo: do fato de que "somos o que percebemos" e nossa percepção muda e varia conforme mudam e variam os nossos modos de usar os sentidos. Nossos sentimentos têm seu relacionamento natural e harmonioso, orgânico, digamos. Com as tecnologias, pelas quais lhes estendemos a ação, a começar pela linguagem, alteramos-lhes as relações entre si e sua natural posição de equilíbrio e harmonia animal. Começamos então a ser homens, isto é, animais que têm de construir sua natureza, pois a instintiva e biológica passa a ser apenas a base, sôbre que seu cérebro levanta o edifício artificial do seu ser social. Primeiro, como já disse, pela palavra, e depois pelas múltiplas tecnologias da palavra. A palavra, no seu uso puramente oral, é a que menos o deforma, porque ainda mantém o uso da audição, do tato e da vista em relativa regularidade posicional. Mas depois, com o alfabeto fonético, ficam a vista e o ouvido. Com a imprensa, porém, o alfabeto faz-se silencioso, ficamos com a vista em exaltação quase suprema e, então, as deformações que se operam criam o absurdo homem moderno, visual, linear, uniforme, mecânico, unidimensional, esquizofrênico, em estado de angústia permanente. Agora, a comunicação eletrônica irá nos repor no mundo oral, no mundo auditivo, no mundo da imagem, no mundo do tato, no mundo visual já agora despido de sua onipotência - em tal estado de comunicação pluralística, simultânea e planetária, que se abre para o homem a possibilidade de retornar a modos de vida mais íntegros e harmoniosos do que todos que pôde êle ter em tôda a história de sua vida "civilizada"... e infeliz: o nosso famoso "mal-estar" da civilização.

Tudo isso é velho e o pensamento humano é uma longa saturação de reflexões sôbre a "angústia" humana. O que McLuhan nos traz é a possibilidade de talvez, se puder, descobrir porque a civilização, com suas tecnologias, nos causou tudo isso, deformando-nos e nos arrancando do estado de saudável e equilibrada harmonia para o desespêro moderno. Como homem cem por cento deformado pelo meio gutenberguiano, a leitura de McLuhan vem sendo para mim um nascer de aurora, no entardecer opaco da minha exclusiva lucidez visual e racional de homem tipográfico.

"O Meio é a Mensagem":
Capacidade de Revelar de
McLuhan

Li em alguma parte, aliás referido pelo próprio McLuhan, que levando êle ao editor o seu "Understanding Media", êste disse, consternado: "Não podemos publicá-lo. O máximo que o público suporta de novidade num livro seria coisa de 10 por cento. O seu é nôvo em mais de 75 por cento. O público não aguenta essa carga". Enganou-se o editor com o público, mas não com o livro, que é de fato nôvo nos 75 por cento do seu cálculo. Seu livro é nôvo, porque não se quis ver o que êle viu e procurou explicar. Com efeito, todo seu esfôrço é para explicar o óbvio, concebido como o implícito, e não como o óbvio convencional, que já se chamou de "ulutante". O óbvio, como o implícito, não é percebido, é o que há de mais esquivo, fugitivo e oculto em nossa mente. Realmente, tôda novidade de McLuhan está em abordar o problema da história de nossa cultura de modo diferente do convencional, que é o oposto dêsse óbvio implícito, de que falo. A observação humana, ao longo dos séculos, se deteve em dizer-nos o que havia acontecido, chegando ao máximo de como tinha acontecido. Mas porque acontecera, a isto não respondia a história, nem o pensamento humano. O próprio McLuhan ilustra seu pensamento com o caso do progresso humano: "Por que todo êsse progresso?" - "Ora, devido ao avanço científico". - "Mas o que causou êsse avanço científico, o que nos levou a êle?" - "Aí, falta a explicação".

Tôda a novidade de McLuhan está em tentar esclarecer êsse "porquê". E a propósito, cita Claude Bernard, explicando o método experimental: "A ciência, até então, "observou" os fenômenos sem perturbá-los. A "experimentação" consistiu em proceder de modo contrário, em perturbá-los, ou imaginar uma variação de suas condições naturais. Suprime-se um órgão, pelo secionamento, ou ablação, num sujeito vivo, e pela perturbação produzida em todo o organismo, ou em alguma de suas funções, deduzimos a função do órgão faltante. McLuhan transferiu para o processo histórico algo eqüivalente a êsse método.

A cultura é um processo, em que atuam a estrutura ou organização da experiência na sociedade, e o modo pelo qual ela se comunica, ou seja, o modo pelo qual a experiência é partilhada dentro do propósito comum, criado pela estrutura social. O processo de comunicação torna-se assim fator preponderante da cultura. Ora, o modo de comunicação envolve a tecnologia da linguagem. Essa tecnologia era originàriamente a da fala: a linguagem era a palavra oral. Tôda cultura se fazia disso o reflexo. A linguagem faz-se escrita, graças ao alfabeto fonético, e a cultura se faz cultura escrita. Chega a imprensa e a cultura faz-se cultura da palavra impressa.

A tecnologia da palavra impressa criara o "indivíduo", criara a "vida interior", e a "vida exterior" criara o "público", criara, pelas culturas vernáculas, o "nacionalismo" e as "nações" - tudo isso entrou em crise e começou a se alterar. Já não sabemos se somos ainda "indivíduos" ou se já nos tornamos antes "sócios", já não sabemos que é "o público" e sim os múltiplos e mutáveis e incertos públicos de hoje, e o próprio nacionalismo faz-se confuso, parecendo antes simples localismo frente ao internacionalismo nascente. Não só isto, a palavra impressa nos fizera homogêneos, uniformes, unidimensionais, hoje contestamos tudo isso e nos agitamos em confusão e angústia ante a mecanização da vida humana, mecanização que era "racional" e que hoje sentimos "absurda" e insuportável.

* * *

Essa é a forma nova pela qual sente, explica e descreve McLuhan a cultura humana. Nada é nôvo, senão o modo pelo qual êle aborda o problema. Por que digo que êle nos explica o óbvio? Porque é espantoso que não se tenha pensado antes em tudo que êle está a pensar. A cultura escrita teve sua forma de expressão na literatura. Que é literatura, senão letras? Logo tôda civilização se exprimia por letras. Como explicar que nos tenhamos perdido em controvérsias e confusões de tôda ordem a respeito de literatura, mas ninguém tenha pensado em estudar o que era êsse meio de comunicação literária, ou seja, alfabético, e de alfabeto fonético, com o qual se criara a escrita, por conseguinte, a comunicação, não só pela falta, mas pela palavra escrita? Tôda a estrutura da sociedade e o modo de pensar e sentir se alteraram com a introdução da escrita. Recebia-se o fato, sofria-se o fato, tudo mudava e se transformava, mas o homem, hipnotizado pelas formas que tomava a sua cultura, não relacionava tais mudanças com a nova tecnologia da comunicação. As mudanças haviam "acontecido" e o problema era como ajustar-se a elas, e não o de buscar e compreender as causas da mudança. Entretanto, a palavra literatura fôra cunhada, mas sem isto levava o homem a perceber quanto uma civilização de letras era filha da letra e do alfabeto fonético.

McLuhan é nôvo porque está procurando compreender o que todos devíamos ter compreendido há muito e muito tempo. Diz êle, em um dos seus escritos, que não sabemos quem criou a água, mas sabemos por certo que não foram os peixes. Vivemos em nossas culturas como os peixes na água. A cultura é o nosso meio, os problemas são os que nos suscita êsse meio, mas o meio não é objeto de nossa indagação. Daí, o meio ser a mensagem, que nos faz e nos transforma, mas que ignoramos e do qual não temos consciência, porque estamos, como os peixes, mergulhados e hipnotizados por êle. A esperança de McLuhan é a de que se despertamos dêsse sono hipnótico e percebemos por que somos como somos, e por que nossa cultura é o que é, ganharemos possìvelmente o poder de compreendê-la, e compreendendo-a de conhecê-la, e conhecendo-a de orientá-la e dirigi-la, como Claude Bernard pôde isso antecipar no estudo experimental da medicina. McLuhan é o Claude Bernard do estudo experimental da sociedade humana.

Vamos, primeiro, ao têrmo medium e não meio. Se o inglês, tão distante do latim, julgou poder buscar na língua latina o têrmo para exprimir o sentido nôvo que se deve dar às tecnologias que estendem nossos sentidos e faculdades, não vejo por que também não o acompanhamos. A palavra "Meio" é demasiado geral, e meio-ambiente, ainda mais, significando em ambos os casos certa totalidade do mundo exterior. Ora, McLuhan quer significar algo específico, ou seja, que tôda tecnologia que estenda os sentidos e as faculdades humanas produz conseqüências que resultam de atuação causal da tecnologia assimilada ou incorporada. A fórmula "o medium é a mensagem" é expressão feliz, à maneira de "manchete", com que McLuhan, em seu estilo saturado do caráter oral de nossos dias, procura, em vez de definir, condensar numa metáfora significativa a imagem do que deseja comunicar.

Como ainda estamos em muito na era tipográfica, precisamos tomar essa imagem configurativa e global e passar a defini-la, isto é, dividir, especificar e delimitar os elementos constitutivos do conteúdo dessa hipérbole, a fim de nos apercebermos do conceito. O medium, então, seria apresentado como conjunto particularmente importante e, de certo modo, preponderante de fatôres das modificações conseqüentes à introdução de qualquer nova tecnologia de extensão dos nossos sentidos e faculdades. E depois, o mesmo método de fragmentação e análise nos levaria a definir as conseqüências, indicando as linhas de alteração da escala da atuação humana, do seu compasso de marcha, ou de seus modelos e padrões de ação, envolvendo os novos modos de percepção que conduziriam aos novos modos de realização.

Designar, porém, o medium como conjunto preponderante de fatôres, dentro do modo gutenberguiano de dividir e especificar, faria dêle apenas uma concausa, particular e especial, um fragmento isolado da causalidade. Ora, a concepção de McLuhan é ampla e global. O medium não é uma das concausas. É nova linha de fôrça que vai atuar sôbre tôda a situação, impondo e sofrendo efeitos numa difusa e variada interação, à maneira de complexos como, por exemplo, o clima, embora talvez mais direta e imediata que êste, pois o clima, como fôrça natural, pode ser pela tecnologia modificado, alterado e até revertido. O conceito de McLuhan lembra ainda algo à maneira do que chamamos motivo, tom, ou atmosfera, com que indicamos estados e modos de atuação. O medium é, assim, mensagem, comunicação, algo invisível, mas atuante conformador, caracterizante de todo o conjunto da atividade humana.

Para prosseguirmos nessa forma de análise, característica do homem tipográfico que ainda somos, teríamos de fazer logo um catálogo e classificação das diferentes tecnologias, a fim de as separar e isolar para o exame divisionista da era linear e seqüencial. Em seu Understanding Media, McLuhan analisa e descreve, perdão, configura e esboça, com sua penetração, sagacidade e originalidade nada menos de vinte e seis tecnologias, desde a palavra até a automação. Vale a pena enumerá-las: a palavra falada; a palavra escrita; as estradas e os caminhos do papel (mensageiros); o número; o vestuário; a casa; o dinheiro; os relógios; a impressão; a caricatura e os desenhos animados; a palavra impressa; a roda; a bicicleta e o aeroplano; a fotografia; a imprensa; o automóvel; o anúncio; os jogos; o telégrafo; a máquina de escrever; o telefone; o fonógrafo; o cinema; o rádio; a televisão; as armas; a automação. E quantas outras seriam de acrescentar! McLuhan não está a escrever, porém, livro sistemático, dissecando e analisando fragmentos, e sim introdução geral, sugerindo, indicando e esclarecendo modos de compreender os media. Voltemos, assim, à fórmula: o medium é a mensagem e o acompanhemos em sua elucidação.

Retornemos à primeira ilustração que oferece para o seu conceito. Refere-se a medium, que nem sequer inclui em seu livro: a eletricidade, ou melhor, a luz elétrica. Aparentemente é medium sem mensagem, pois só lhe emprestamos efeito em face do objetivo, ou conteúdo, sôbre que se aplica. Tècnicamente se diz que é pura informação, e informação é dado, não é mensagem. Mas se fazemos um anúncio luminoso, já tem ela mensagem, e essa importa na utilização de outro medium, a palavra, que é o seu conteúdo. E isto nos dá outro conceito: o conteúdo de cada medium é outro médium. O conteúdo da escrita é a fala, o conteúdo da impressão é a palavra escrita. E qual o conteúdo da fala? Um processo de pensamento que não é em si mesmo verbal, embora haja pessoas que pensam por palavras, mas estas já fizeram mentalmente a tradução. E êste é outro conceito fundamental; o medium é sempre tradução de alguma coisa anterior, sob forma, modo, ou intensidade novos. Como atua o medium nessa função de tradução? Amplia a escala do que se fazia, muda seu compasso, ou ritmo, ou altera o modêlo da percepção ou ação humana. E essa é a sua mensagem, que exerce sob quaisquer condições, sem limitação de geografia, nem mesmo de história. É nova linha de fôrça, que se criou. E neste sentido, volta McLuhan à luz elétrica. Assim como podemos, no exemplo citado, dizer que o anúncio luminoso é o seu conteúdo, o mesmo poderíamos dizer de delicada intervenção cerebral, ou de partida de base-ball à noite, realizadas graças à eletricidade. E aí podemos ver como o medium é a mensagem, pois, em ambos os casos, êle, o medium, controla e modela a forma e a escala em que ambas as atividades passam a poder ser praticadas.

O exemplo ilumina também outra característica importante: o conteúdo do medium nos cega em relação ao medium em si mesmo. Daí, parecer-nos que a eletricidade não é um medium senão pelo seu conteúdo, quando na realidade é um medium, - a fôrça elétrica - dos mais radicais, interatuantes, abrangentes e descentralizados, mudando as coisas e a nossa vida de maneira fundamental.

Já estamos vendo e sentindo como realmente o medium é a mensagem. É necessário, contudo, sublinhar quanto aquela primeira identificação do medium com o conteúdo (o objetivo de sua aplicação) é enganosa e leva-nos a não perceber a mensagem do medium pròpriamente dito. O medium tem mensagem própria, como estamos procurando mostrar. Mas, o hábito de identificá-lo com o conteúdo é uma das razões de não se estudar o medium, e, dêste modo, não têrmos consciência dêle, mas apenas dos seus efeitos, deixando-se de estabelecer a conexão entre o medium e tais efeitos.

E isto se dá exatamente porque todo nôvo medium tecnológico constitui-se, ao ser absorvido pela sociedade, em verdadeiro impacto sôbre nosso modo de perceber e sentir a vida. Entra em choque com a situação cultural anterior. Se disto tivéssemos consciência, o estudaríamos e poderíamos ganhar certo contrôle sôbre êle. Conservamos, porém, a cultura anterior e sofremos, ou aplicamos o nôvo medium, como algo que tivesse acontecido e que nos cabe suportar ... e explorar pelo modo que fôr possível. Como não queremos percebê-lo, utilizamo-lo em certo estado de sonambulismo. É como se o reprimíssemos no conceito freudiano. Êle se faz subliminar. É em tal estado de inconsciência, ou hipnotização, que a sociedade recebe a nova tecnologia, o que responde por muito do caráter, tantas vêzes, deformante e até desastroso da assimilação e incorporação da nova tecnologia. Com efeito, cada nova tecnologia lança a sociedade em estado de transformação inconsciente, de que desperta, às vêzes, quando os efeitos tomaram já aspectos quase catastróficos.

Mas se o medium é a mensagem, como procuramos esclarecer, é neste ponto, que acabamos de aflorar, que está uma das mais importantes mensagens de McLuhan. Seus estudos e seu pensamento concentram-se dominantemente neste tema: porque o medium é a mensagem, temos de estudá-lo, de compreendê-lo e de procurar inteligentemente, despertos e atentos, controlá-lo e dirigi-lo, para não nos entregarmos cegamente a seus efeitos e ao seu uso e exploração para fins que talvez não devêssemos aceitar.

Não vou ilustrar estas considerações com os últimos media, sôbre que tanto havia a dizer. Mas, tomemos, ainda acompanhando McLuhan, algo menos controvertido: o trem de ferro. Êsse medium não nos trouxe nem a roda, nem a estrada, nem o transporte, que já tínhamos. Mas acelerou e fêz crescer a escala dessas funções humanas. Com isto criou novas espécies de cidade, novas formas de trabalho e novas formas de lazer. E isto em qualquer região da terra, universalizando a civilização. Mas, hoje, com o aeroplano, caminhamos para a dissolução dessas cidades, sobretudo as gigantescas, que constituem presentemente problemas angustiantes de população, de poluição da atmosfera e de vida cada vez mais difícil e menos suportável. O caso ilustra perfeitamente a conseqüência do uso da tecnologia sem completa consciência do que ela estava causando. A confusão entre a tecnologia e o conteúdo de sua atuação levou-nos a não tomar consciência dos seus efeitos, os quais ligávamos, não ao medium pròpriamente dito, mas ao curso normal, melhor diríamos, cego, do "progresso" humano. Dentro do sonambulismo em que nos deixamos embalar, a mudança (e não o "progresso") faz-se arbitrária e desastrosa e chegamos às novas aflições da vida urbana e aos perigos impredizíveis das megalópolis atuais.

McLuhan aparece-nos, assim, como espécie de vidente e, quando diz que o medium é a mensagem, não o faz pelo gôsto da frase, mas como advertência, lúcida e alta, para que, despertos e conscientes, como antecipava Joyce, bem como tantos outros artistas, em essência, magos (vide Finnagans Wake), marchemos para conduzir as tecnologias, que são modos de ser do homem, para seus verdadeiros fins e não os de sua perdição. Perdoe-nos o leitor o tom didático dêste tópico, tínhamos de fazê-lo.

Anísio Teixeira
Última Hora, Rio, GB, 4 a 11 de agôsto de 1970.

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