JAMES, William (1842-1910)

Filósofo norte-americano, professor na Universidade de Harvard, considerado um dos principais expoentes do pragmatismo. É autor de A Vontade de Crer (1897), A Imortalidade Humana (1898), Pragmatismo, um nome novo para antigos caminhos do pensamento (1907) e Variedades da experiência religiosa (1908), entre outras obras.

O ponto de partida da reflexão de William James consiste na definição da verdade como uma relação totalmente interior à experiência humana. "As idéias", disse ele, "tornam-se verdadeiras na medida em que nos ajudam a entrar em relações satisfatórias com outras partes de nossa experiência; em outras palavras - uma idéia é verdadeira enquanto a crença que nela depositamos é proveitosa para nossas vidas." E mais adiante: "Não podemos rejeitar a hipótese de que fluam dela conseqüências úteis à vida. Se a hipótese de Deus, por exemplo, age satisfatoriamente, no sentido mais amplo da palavra, é verdadeira." (ENCICLOPÉDIA BARSA, 1964, v.8, p.116)

Entre os alvos preferenciais das críticas de James encontram-se a afirmação de leis ou noções supostamente capazes de produzir uma representação unívoca e generalizável da experiência humana, e o utilitarismo. Tal como John Dewey, William James reivindica a primazia das ações e das situações particulares na produção daquilo que se define como verdade, posição que não se confunde com niilismo ou com a busca egoística da satisfação individual, pois não exclui a crença como elemento integrante de toda ação e toda ética. "A crença no sentido do que não se vê; e - como diria o William James dos ensaios sobre A Vontade de Crer - crença no que se deseja, como uma hipótese de trabalho que leva à ação, mas cuja verificação definitiva é sempre diferida." (Velho, 1995, p.195).

O pragmatismo jamesiano, freqüentemente classificado de empirista e pluralista, possui entre suas características destacáveis a ênfase na permeabilidade e na transformação dos pontos de vista adotados na ação.

William James foi também escritor de talento, embora não tenha alcançado, no domínio das belas letras, o mesmo reconhecimento que seu irmão, Henry James.

Para maiores esclarecimentos sobre pragmatismo, recomendamos o nome do Prof. Dr. José Reginaldo Gonçalves, doutor em Antropologia pela Universidade de Virgínia e atualmente professor de Antropologia no Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da UFRJ.

Texto pesquisado em:
ENCICLOPÉDIA BARSA.Rio de Janeiro, São Paulo: Encyclopaedia Britannica, 1964. v.8, p.115-116.
KOOGAN, Abrahão. Universo. A grande enciclopédia para todos.São Paulo: Editora Delta , Editora Três, 1973. v.6, p.2888.
VELHO, Otávio. Besta-fera. Recriação do mundo.Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 1995. p.185-205.