DEWEY, John (1859 - 1952)

Filósofo e pedagogo norte-americano. Nasceu em Burlington, Estado de Vermont. Foi inicialmente professor primário no interior e a partir da reflexão pedagógica desenvolveu seu pensamento.

Lecionou na Universidade de Minnesota (1888), de Michigan (1889-1894), de Chicago (1894-1904) e finalmente passou a chefiar o Departamento de Filosofia da Columbia University, em Nova Iorque (1904-1929), onde Anísio Teixeira o encontrou e foi seu aluno.

Entre suas obras, destacamos: Interesse e esforço (1895), A criança e o programa escolar (1902), Como pensamos (1910), Democracia e educação (1916); trabalhos cuja tradução para o português foi feita, revista ou supervisionada por Anísio Teixeira.

Do ponto de vista filosófico, pode-se situar Dewey entre os empiristas (ele preferia os termos "instrumentalista" ou "experimentalista"), mas seu empirismo apresenta traços originais que deve tanto à tradição americana - Dewey foi influenciado por Charles Sanders Peirce (1839-1914) e por William James (1842-1910) - quanto ao modo de vida americano e à sua própria experiência pedagógica.

Como salientou Anísio Teixeira: "Sem dúvida, foi profundíssima a influência da vida americana, do caráter prático de sua civilização, sobre o pensamento de John Dewey. Este pensamento, porém, na sua mais fecunda parte original, no seu esforço de conciliação das contradições e conflitos da vida moderna, ainda não logrou implantar-se e está mesmo ameaçado de se ver ali e na parte que lhe é oposta do mundo, submergido por um refluxo das velhas doutrinas dualistas, de origem platônica (...)" (Teixeira, 1969, p.22).

Como os empiristas clássicos, Dewey afirma que todo conhecimento autêntico procede da experiência, mas a experiência, para ele, não é uma simples recepção passiva de uma grande quantidade de impressões. A experiência é, ao contrário, uma operação ativa, inicialmente uma resposta do organismo e depois da personalidade e da inteligência, às solicitações do meio.

Dewey refere-se a um "novo individualismo", baseado na moral da plena realização de si mesmo, que já não seria privilégio de alguns, mas objetivo de cada um, e a partir do qual se constituiria uma sociedade em que todos e cada um poderiam desenvolver-se dentro de suas potencialidades.

Texto pesquisado em :
ENCICLOPÉDIA BARSA. Rio de Janeiro, São Paulo: Encyclopaedia Britannica, 1964. v.5, p.143.
KOOGAN, Abrahão. Universo. A grande enciclopédia para todos. São Paulo: Editora Delta , Editora Três, 1973. v.5, p.1610-1611.
TEIXEIRA, Anísio. A educação e o mundo moderno. São Paulo: Cia. Editora Nacional, 1969, p.7-25.