Vida dos estudantes

   A escola de Collinwood é um externato. Nem por isto, porem, tem menos rica e larga a vida extra-curricular.
   Os jogos, os exercícios athleticos e as actividades intellectuaes não se resumem nos cursos do programa, mas são accrescidos sobremodo com as organizações dos estudantes.
   Alem de um Conselho de Estudantes que fiscaliza e exerce vigilancia sobre a disciplina collegial e desempenha todo o serviço de policia e trafico no edificio, eu conto 46 differentes clubes, todos elles em actividade.

   A escola vocacional de Cleveland

   Alem dessas escolas secundarias technicas, visitei ainda a principal escola profissional da cidade em companhia do Dr. H. L. Briggs, director do Ensino Vocacional, que tem a seu cargo todo o ensino technico e artistico em Cleveland, inclusive o treino manual das escolas elementares.
   As condições actuaes da industria exigem duas especies de treino. Um, para o operario ordinario, simples e rapido, desde que seu trabalho consistirá em dirigir e controlar uma machina; outro, especial e delicado, destinado a preparar o homem para montar aquella machina, para fazel-a, para fazer os diversos e multiplos instrumentos da industria moderna, etc.
   É a esse operario especializado que prepara a escola profissional que visitei.
   Essa escola funciona na mais estreita collaboração com a industria, realizando um programa de apprendizado que reputo effectivamente notavel dentre as diversas organizações de educação vocacional que me tem sido dado visitar.
   As pessâs familiarizadas com o problema de educação profissional sabem que um dos meios de tornar essa educação efficiente e adequada seria o de reviver o antigo e intelligente systema de apprendizagem que vigorou no período das "corporações de trabalho".
   As condições limitadas da industria e a ausencia da machinaria moderna davam aos öfficios"nesse passado, hoje tão distante, uma athmosphera de especialidade e de refinada habilidade e intelligencia.
   Nenhuma organização escolar treinava para essa actividade. Era a propria industria ou arte que trabalhava pela sua permanencia e continuidade.
   Mestres e discipulos eram os proprios trabalhadores e officiaes. A mão mais habilidosa dirigia o serviço e o treino de mãos inexperientes que desejavam seguir a profissão.
   Depois, com o período de intensa industrialização, tornou-se esta apprendizagem materialmente impossivel e as escolas appareceram para substituir a primitiva, mas vital, educação ao proprio officio. Taes escolam estavam, entretanto, longe de igualar o antigo e efficiente treino. Si mais estreita collaboração entre o officio e a escola não existir será impossivel á educação escolar transmittir aos seus discipulos os segredos de execução e habilidade.
   O desenvolvimento da machina tornou para a maioria do operariado relativamente facil o exercicio da profissão e o seu treino. Mas a industria ha de precisar sempre da mão de obra de elite para certos misteres e a execução de varios de seus serviços ainda têm segredos que só consummados peritos possem e conhecem e dirigem. Era necessario que a escola preparasse esses "peritos" para que a industria não perdesse tempo e efficiencia, treinando, por si mesma, mãos inexpertas.
   É esse problema que a directora de Ensino Vocacional quiz resolver em Cleveland e o vae fazendo com sucesso.
   Antes que tudo, Cleveland comprehendeu que a tarefa de treinar apprendizes é uma tarefa de reciprocidade e cooperação entre a escola e a industria.
   "A nossa politica, diz o Dr. H. L. Briggs, é de ir ao encontro das actuaes necessidades do treino por meio de um programma baseado das actuaes necessidades do treino por meio de um programma baseado nas condições especiaes em que se acha cada uma das profissões.


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