HUXLEY, Julian Sorell (1887 -1975)

Biólogo inglês, autor fundamental no setor da Embriologia, Sistemática Biológica e Evolução, e primeiro diretor da Unesco (1946-1948). Educou-se em Eton e Oxford. Lecionou nos EUA, no Instituto de Rice, Houston, Texas (1913-16); em Oxford (1919-25); e na Universidade de Londres (1925-27). Escreveu numerosos artigos sobre ciência, educação, divulgação científica, bem como estudos sobre a URSS, obras filosóficas e ensaios. Destes escritos, destacamos A Ciência da Vida (1931), escrito em colaboração com G. P. Wells e H. G. Wells.

Julian Sorell Huxley era neto do naturalista Thomas Huxley (1825 - 1895) e irmão do escritor Aldous Huxley (1894 - 1963). Seu avô foi contemporâneo de Darwin e defendeu ativamente a teoria da evolução, sendo autor de várias obras célebres. Seu irmão celebrizou-se com o romance Admirável mundo novo (1932), no qual denuncia o desprezo que a civilização tecnológica mantém pelas exigências espirituais do homem. Foram estas exigências que o conduziram à mística hindu e ao budismo, cuja influência se faz sentir em suas obras, sobretudo em Os fins e os meios (1937), A filosofia perene (1946), O macaco e a essência (1948) e O gênio e a deusa (1955).

Julien Huxley enfrentou algumas dificuldades para convidar Anísio Teixeira para integrar o staff da Unesco. Viajou ao Brasil especialmente para isso, mas representantes do Governo declararam que desconheciam quem fosse o educador brasileiro que ele procurava e indicaram dois outros nomes para o cargo. Huxley deixou o País sem convidar ninguém, pois era, nas palavras de Anísio Teixeira, da Dinastia dos Huxley, dos Darwin, dos Einstein, e não se deixou levar pelas manobras dos desafetos do convidado. Em 12 de junho de 1946, Huxley finalmente localizou Anísio em Nova Iorque, e logo lhe mandou por carta o convite.

"Temeroso de algum desencontro, Huxley pediu a Anísio para procurar a Senhora Huxley, pois ele devia partir para Londres nesse mesmo dia (no dia do convite por carta). Anísio contou esse encontro a Paulo Carneiro: ‘Tudo isso era tremendamente miraculoso. Fazia dez anos que não abria um livro. Fazia comércio e nada mais. Imagine, pois, como fui visitar Mrs. Huxley - uma criatura que me impressionou como algo de absolutamente espiritual. Ela é que devia ser a mulher de Aldous, de quem, aliás, me falou com extrema simpatia. Havia eu lido o livro de Aldous sobre Visão e ainda estava sob o sped sempre um tanto místico do autor. Isto serviu-me para o contato e lembro-me que a conversa foi quase íntima e me vi, sem querer, comovido como uma criança.’ " (Viana Filho, 1990, p.107)

Texto pesquisado em:
ENCICLOPÉDIA BARSA. Rio de Janeiro, São Paulo: Encyclopaedia Britannica, 1964. v.7, p.97.
KOOGAN, Abrahão. Universo. A grande enciclopédia para todos.São Paulo: Editora Delta , Editora Três, 1973. v.6, p.2651-2652.
VIANA FILHO, Luís. Anísio Teixeira: a polêmica da educação.Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1990, p.105-107.