1. As origens
2. A grande revolução intellectual
3. A direcção da sociedade
A medida que a sociedade humana se enriquece e se desenvolve, mais difficil, mais delicado e mais complexo se torna o problema de sua direcção.
Nem por outro motivo é que hoje a vida humana transcorre entre incertezas e anciedades graves e serias por entre as quaes parece oscillar, por vezes, o proprio juizo do homem, em busca do equilibrio e da certeza, que lhe fogem obstinadamente.
Não iremos, aqui, ministrar nenhum remedio a esses chamados males modernos, mas, tão somente, situar o problema da direcção da sociedade, a titulo de conclusão desses comentarios, indicando o processo, já em marcha, do seu progressivo solucionamento.
Façamos, de inicio, uma digressão pelas origens e desenvolvimento da sociedade.
Muito antes de existir a especie do Homem que veiu a sobreviver, e que é a nossa especie, affirmam os anthropologos que algumas outras chegaram a existir, as quaes, como o HOMO SAPIENS, já usavam instrumentos e até mesmo conheciam o fogo.
As generosas classificação com que nos designarem os sabios, teria, porém, um valor prophetico, se não fosse dada a posteriori, porque se o nosso antepassado não chegou a merecel-a, o seu successor, com as centenas de milhares de anos decorridos, já pode, com certa tolerancia, ser considerado sapiens.
Detendo uma capacidade biologica inacreditavel para se educar, ou se transformar, transformando o proprio ambiente, em que vivia, faltavam ao homem, entretanto, para que a sua marcha fosse rapida, a consciencia e a intenção dessa capacidade.
O uso de instrumentos, que, á primeira vista, poderia significar o uso da intelligencia, era sobretudo o prolongamento de um instincto mais agil e mais agudo de adaptação do que o de outros animaes.
A propria observação scientifica já tem verificado que não era tal uso exclusivo do homem, como se pensava, encontrando-se o mesmo habito entre as especies superiores do macaco.
Nesses primordios da existencia humana, a vida se traçava assim ao sabor exclusivo de impulsos animaes, não havendo logar para um problema de direcção.
O impeto vehemente e seguro dos instinctos que chegamos, por vezes, jogando com as palavras, a chamar de sabios, dirigia a vida do homem em planos e traçados inevitaveis, para rumos permanentes e inalteraveis.
A vida humana teria, nessa época, a certeza e a regularidade inconsciente da dos animaes.
O uso constante das mãos e o manejo de instrumentos, modificavam-lhe, entretanto, lentamente, o sistema osseo, e o sistema nervoso, dotando o homem de poderes desconhecidos de aprehensão e vocalisação. A sua argucia poderosa de animal superior se enriquecia de meios e recursos desusados de acção. Uma obscura e grosseira engenhosidade multiplicava os elementos de protecção, defeza e adaptação ao meio ambiente. A vida não ascendia do nivel do puro instincto, mas esse se revelava sob aspectos diversos e variados, emprestando á natureza um movimento colorido de arbitrio, de que, por certo, a palavra era a musica extravagante e incerta.
Por quanto tempo a planta humana vicejou nesses esboços titubeantes de organisação de vida, até que a viessemos encontrar, nos agrupamentos primitivos, que ainda hoje subsistem, - a sciencia, até agora não desvendou completamente.
O que, entretanto, importa fixar é que já ahi vamos deparar com um homem cujos instinctos e impulsos se encontram subjugados por uma organização social de costumes e habitos, regulares, imutaveis e fatais.
Desse primeiro acto do drama humano, em que se processou a sua ascensão biologica e social até o nivel dos chamados, hoje, de primitivos apenas conhecemos dados esparsos que nos deixam imaginar a desconcertante lentidão de uma formação rudimentar de memorias e de costumes. Tais memorias e costumes, primeiras criações de um poder mental balbuciante e tenue, não chegaram ainda a criar o problema de direcção na sociedade humana, porque se substituiram aos instinctos, e ordenaram os passos do homem com a mesma medrosa intangibilidade do mecanismo instinctivo.
A vida humana transformou-se em na progressiva e efficaz oppressão de desejos e impulsos, estreitamente determinada pelas prohibições e permissões de habitos e costumes, tão precisos e tão fixos, quanto os caracteres inatos das aves e dos peixes. Ainda não se póde falar do homem como animal de pensamento e de razão. Animal de instincto, a principio, o homem evoluiu a animal de habitos e de costumes, tudo governando e tudo determinando a tradição-todo-poderosa.
A tranquilla fixidez dessa vida, pouco a pouco, se perturbou e se tornou insegura, como o ir e vir dos homens. O contacto da guerra ou do commercio, a luta pela subsistencia e pela propriedade, foram os primeiros semeadores da inquietação em uma vida mental que se estagnara na imobilidade aterrorizada do isolamento e no jugo colectivo do costume.
O demonio da curiosidade não nos veio pelas mãos do philosopho, mas pelas do commerciante. A sabedoria das certezas immutaveis, a saciada e monotona felicidade do homem sem desejos e sem perturbações, não foi roubada por nenhum Prometheu, mas por um caixeiro-viajante. Foi elle que fez descer o pano sobre esse segundo acto da aventura humana, acto em que se espraiou o formidavel esforço inicial do homem, fatigado das proprias criações e delas prisioneiro satisfeito e domesticado.
A esses domesticos da tradição e do costume veiu o commercio acordar e perturbar. Não foram precisas novidades. Tradição contra tradição, lenda contra lenda, costumes contra costumes, mithologias contra mithologias, habitos contra habitos, instrumentos contra instrumentos, organizações contra organizações, linguas contra linguas, e estava semeada a bemdita confusão que ia permitir ao homem fazer perguntas.
E foi fazendo perguntas que o homem aprendeu a pensar e a raciocinar.
Até esse momento não se póde dizer que o homem raciocinasse, no sentido em que hoje usamos esse termo.
Até ahi a sua evolução se fez por accidente, por acaso, por descoberta de experiencia e erro, a cujos resultados mediocres o grupo se fixava, com a obstinação céga das crianças. Até ahi, o pensamento da humanidade tinha a inconsistencia do pensamento infantil, agarrado a habitos ferrenhamente conservadores e a fantasias inconsequentes e coloridas, que se distanciavam dos sonhos simplesmente pelos choques e obstaculos com a realidade.
Do mesmo modo que na criança, o pensamento era, nessas épocas, um recurso de diversão e recreio, que nada mais chegava do que a construir de fantasias historias um mundo de imaginação extravagante e theatral.
Esse encantado instrumento, com que brincava a humanidade para aliviar-se do constrangimento oppressor de uma vida intransigentemente governada pelos costumes e pela tradição, transmudou-se, ao contacto de outros costumes e outras tradições, em um formidavel instrumento de revolução.
Até o momento, o homem não tinha nenhum recurso para a direção consciente de sua vida. As causas eram assim porque eram. Ainda não se chegara a disciplinar o pensamento para que delle se fizesse o instrumento de fazer e responder perguntas, em que depois se transformou.
Os homens pensavam, um pouco como nós pensamos no Brasil: como poetas.
Admiramos os homens que pensam ou escrevem, entre nós, como homens fóra do comum, sem duvida, mas os misturamos, por isso mesmo, com os prodigios do circo ou os atlétas excepcionais que nos assombram e nos divertem.
E desde que elles saiam da literatura inconsequente e nos dão uma ideia ou, em um livro, analyses novas da vida, que a podem modificar e transformar, essa ideia ou esse livro cheira imediatamente a coisa perigosa, a transplantação, a doutrina exótica, com que se deseja envenenar a nossa "indole" ou a nossa "realidade"...
Assim tambem pensava toda a humanidade, ha algumas dezenas de seculos, quando o pensamento encontrou as suas leis, entrou na fáse logica e se transformou no instrumento dos instrumentos, adaptar e readaptar os homens ao seu meio.
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A grande revolução intellectual
Começou, ahi, a grande revolução intellectual da nossa civilização. Desde essa época, se iniciou o immenso trabalho humano por educar-se, em vez de domesticar-se.
Inventado o processo de dirigir o pensamento, de fazel-o obedecer a regras e leis, criada a logica, o homem deixou de ser o animal que se treinava pela subjugação ao costume e á tradição, para ser o animal que se dirigia a si mesmo, pelo raciocinio e pela sciencia.
A feliz e placida organização das sociedades primitivas, mantida em equilibrio e dirigida por um sistema inflexivel de regras empiricas, de disciplina e coacção collectivas, se iria substituir por uma organização de singular liberdade de laços em que individuos autonomos se governavam sózinhas, mantendo-se interdependentes e harmonicos pela dose de esclarecimento que tivessem sobre a racionalidade daquelles laços sociais.
O inicio da phase racional do pensamento levava a nada menos do que a isso.
Quando Socrates passeava pelas ruas de Athenas, partejando com as suas perguntas as intelligencias socegadas e domesticas dos seus habitantes, estava fazendo vir á luz, todo o mundo de hoje, com a sua agitação, a sua febre e a sua confusão torturada e dramatica.
Libertada a intelligencia, por que lhe descobriram as leis de seu governo e utilização, se libertaram com ella tantas forças estranhas e contradictorias, que o homem iniciou uma phase absolutamente nova de vida, em que o problema de direção se pôz com a gravidade atordoante do mais complexo problema de sua existencia.
Tão allucinante foi esse problema, tão grandes foram o susto e a perplexidade dos contemporaneos, perante o novo estado de coisas, que a sociedade se valeu de defesas excepcionais para conjurar os perigos de uma mudança brusca e subversiva dos habitos e costumes seculares.
Por outro lado, o uso da intelligencia era ainda segredo de iniciados e, entre elles, por varios seculos, se iria ainda arrastar uma polemica, que retardaria o uso legitimo e generalizado da razão até aos fins da Idade Média.
Duas grandes interpretações iniciais das leis do pensamento chocaram-se, com effeito, ainda na Grecia, numa dessas disputas interminaveis, que não podiam faltar ao carácter radical da revolução intellectual que se processava. Todo o episodio do Imperio Romano é um fácto - perdoem-me os historiadores! - insignificante diante do drama obscuro da intelligencia á busca das suas leis.
O debate que se iniciou na Grecia, se arrefeceu ante a violencia da Conquista Romana e se reacendeu no atormentado e profundo periodo da Idade Média, foi o debate entre o Realismo e o Nominalismo, duas formas distintas de logica, duas maneiras diversas de interpretação do pensamento humano. Tão difusa e tão obscura ficou para o commum dos homens essa discussão, que a maioria ainda a julga como um desses jogos de subtilezas mentais, com que os philosophos procuram desconcertar o nosso solido e ladino bom-senso.
Jogava-se, entretanto, ali, a propria utilidade e efficacia do pensamento humano numa partida que se está hoje ganha, não falta, contudo, quem lhe negue e ameace a vitoria.
Que problema real, com effeito, ahi vibrava escondido no linguajar de uma phase rebarbativa da historia do pensamento humano?
Nada menos que isso, na simplificação lucida a que o reduziu o genio de H. G. Wells: a exatidão do sentido das palavras. Eram as palavras tão verdadeiras, ou mais verdadeiras ou menos verdadeiras do que os factos materiais. Se eram tão verdadeiras ou mais do que os factos, uma conclusão logica é mais verdadeira do que uma coisa experimentada, se menos verdadeira, a experiencia é que teria que merecer a supremacia.
Pode-nos parecer, e isso mesmo repete Wells, extravagante que alguem se pozesse esse problema. Entretanto, muitos ainda hoje, não vencemos, em nós mesmos, a tendencia para dar ás palavras um sentido mais exacto e verdadeiro do que ás experiencias, ás realidades e aos factos.
Os idealistas, no sentido philosophico do termo, os absolutistas, os amantes de systemas, hierarchias, classificações, todos os que se oppõem ao experimentalismo do pensamento moderno, todos são ainda os fieis remanescentes do grande postulado classico, enunciado por Platão - que, entretanto, presentiu o problema - de que a palavra, o nome, encerra uma realidade superior ás cousas e aos factos, que são apenas reflexos diversos daquella mesma realidade maior e unica.
Tal postulado, que foi o grande objecto de discussão de toda a Idade Média, até os remates dramaticos dos seus ultimos seculos, em que vingou, pelo genio de Bacon, a interpretação nominalista, isto é, experimentalista, esse postulado retardou, talvez para a felicidade da especie, a marcha das transformações revolucionarias que o methodo do pensamento viria trazer á humanidade.
Nem a expansão romana, nem os segredos de constricção e prudencia da Idade Média, puderam, porém, deter a marcha da libertação da intelligencia.
Quebraram-se, com a victoria da verdadeira direção do pensamento, as comportas que mantinham o homem limitado ás suas posses e aos seus costumes.
E a vida humana se projetou, precipitadamente, pelo caminho de sua expansão e de sua liberdade.
Esse caminho da expansão e da liberdade não é, porém, o caminho colorido e sem perigos da imaginação, por onde vagabundeava o homem no periodo de infancia da humanidade, mas um caminho para adultos e para herois, um caminho em que as realidades se multiplicavam, sob os seus pés criadores, tornando mais difficil e mais complexa a marcha, e em que os erros semeiam perigos que se voltam contra o viandante, numa insistencia tão atordoante, que se lhe faltar intelligencia ou fortaleza, assoberba-o o desejo obstinado de voltar ás veredas ingenuas e faceis de sua infancia.
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E' diante desse novo estado de coisas, que o problema da direção do individuo e da direção da sociedade, se põe em toda a sua alarmante complexidade.
O mesmo problema que não existia na sociedade instintiva dos primeiros homens, que quasi não existia nas sociedades tradicionais de todos os tempos, torna-se o maior e o mais grave problema da sociedade moderna, em que libertadas as forças da intelligencia, tudo passou a se expandir e a se transformar num impeto que ultrapassa e rompe todas as organizações, todas as ordens e todos os limites, num desconhecimento victorioso de todas as coacções e de todos os constrangimentos criados pela prudencia atemorizada dos homens.
Os dias que correm hoje, pelo mundo, são dias que documentam expressamente esse estado de coisas.
Duas mentalidades, perfeitamente definidas, buscam, em esforços antagonicos, as soluções para os problemas individuas e collectivos que os tempos modernos de inquietação e de progresso nos estão trazendo.
Uma délas acredita, ainda, na eficacia da coação, e sonha realizar, pela força, pelo suborno das promessas ou pelo apêllo á covardia dos homens, temerosos ante os perigos que presentem, uma nova ordem que se differencia da antiga, pela largueza e amplitude dos seus planos de domestificação e oppressão humana.
A outra vê de face os problemas e acredita que a mesma força que os deflagou seja capaz de os resolver e encaminhar a vida para novos planos sempre progressivos e cada vez mais satisfactorios. Essa acredita que o problema não é de coacção, mas de esclarecimento. Para a ordem atual da vida, precisamos de homens esclarecidos, isto é, educados, como precisavamos de homens efficientes no inicio da sociedade industrial do seculo XIX.
Esclarecer é educar. A direção da sociedade só pode ser dada, hoje, pela educação, porque as forças da sciencia tornaram a vida tão ampla, e tão complexa, e os homens tão libertados, que, ou elles se dirigem a si mesmos, ou ninguem mais os dirigirá.
Mais ainda do que isto, os problemas estão a exigir revisões tão violentas dos nossos habitos, das nossas virtudes e das nossas idéias que se não tivermos a inteligencia sufficientemente esclarecida e formada não comprehenderemos, nem participaremos das soluções mais avisadas.
Longe de mim a ingenuidade de julgar que evitaremos os erros e até mesmo as catastrofes. Muitos daquelles estamos a cometter e ainda iremos cometter, e muitas das ultimas ainda iremos provocar.
Creio, porém, poder affirmar que o problema é um unico: de mais educação, mais esclarecimento, mais intelligencia, e que na sociedade actual, fóra dahi não ha direcção e nem siquer, salvação.
E assim só não será, se estiver errada toda a evolução do homem que passamos aqui em revista, nesse resumo impreciso e ligeiro da sua grande aventura!
Multiplicado ao infinito os meios de acção, desenvolvida a sociedade até uma complexidade literalmente mundial, o homem, desprovido dos grandes recursos efficazes de constrangimento e limitação, se sente sem os antigos apoios, solto e livre, dentro de uma babel de forças e riquezas materiais e espirituais, contraditorias e antagonicas. Nesse mundo tão complexo e tão delicado, não funccionam já não podem funccionar, molas puramente mecanicas. As molas são livres e voluntarias. Somos um immenso relogio de precisão, em que as peças devem deliberar por si, a sua arte de collaboração e cooperação. Em tal sociedade, é, pois, indispensavel para haver felicidade commum, uma dose muito grande de cultura, de conhecimento e de educação.
Nunca foi isto rigorosamente tentado e estranhamos que as coisas não funccionem, estranhamos que não nos sintamos mais livres e estranhamos que todos vivamos inquietos e estranhamos que todos nos estejamos a deixar seduzir pelo saudosismo de épocas mais simples, mais mecanicas, mais unitarias, onde, por vezes, chegamos a lobrigar mais liberdade e mais aventura.
Ha a esse respeito, em nossos dias, uma profunda e inquietante confusão entre independencia e liberdade. Em meio á conturbada complexidade da vida moderna, com os seus multiplos laços de coisas, homens e ideias que nos prendem e encadeia ocorre-nos a pergunta: Não estará a liberdade com a independencia? Não será porque não somos independentes que não somos livres?
Collectivamente e individualmente, soffremos, então, a sedução de simplificações voluntarias e artificiais da vida, com o retorno a isolamentos agressivos, a dogmatismos unitarios e singelos, ou a primitivismos ingenuos. E', typicamente, a "fuite en avant". A solução do medo, sob os mais disfarçados aspectos.
O equivoco está, porém, na confusão entre liberdade e independencia. Independecia não é, só por si, liberdade. Independente é o selvagem e não o julgamos livre, independente é o camponês e quem é mais escravo. Independencia é isolamento, uma qualidade quasi sempre negativa, que empobrece e diminue os homens. Desejamos e precisamos ser independentes da miseria, da doença, do desconforto, mas não é nesse sentido que a confusão se estabelece. Lastimamos as dependencias que nos traz uma vida mais complexa e mais difficil. Socialmente espiritualmente cada vez seremos mais dependentes, á medida e nos desenvolvermos e nos enriquecermos de interesses e de conhecimentos humanos.
E com tal dependencia, progredirá a nossa liberdade.
Na sociedade em que vivemos, com o crescer da propria civilização, dia a dia, homem "dependerá" de maior numero de pessoas, de maior numero de coisas e de maior numero de ideias e, por isso mesmo, será dia a dia, mais feliz e mais livre, se comprehender integralmente o jogo e a funcção de todos esses elementos em sua vida.
Tal sociedade será tanto mais conscienmente dirigida, quanto mais educados forem os individuos que a compuzerem.
Nesse sentido é que comprehendemos a direção da sociedade pela educação, considerada como a propria mola interior de cada individuo, cuja semelhança de funccionamento fizesse com que toda a sociedade se movesse harmoniosamente para a frente, sem os actritos, desigualdades e conflictos que estão a pôr a propria vida humana em perigo.
Não deve ter sido debalde que o homem, dominando o proprio pensamento, conseguiu tornar indefinido o seu poder de educar-se...
A obra está, apenas, em começo, mesmo nos Estados Unidos, de cuja civilização analysamos alguns aspectos. Mas, os caminhos estão indicados e a humanidade proseguirá em meio a catastrophes, se a educação não estiver á altura dos problemas; em meio a difficuldades laboriosas, mas com resultados efficazes, si os homens perceberem a necessidade prodogiosa de esclarecimento e educação para uma sociedade propelida pelo dynamismo poderoso e complexo da sciencia.